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Liber Capital e Adianta fecham negócio

A fintech Liber Capital decidiu comprar a Adianta. A decisão tem relação como crescimento do bilionário mercado de antecipação de recebíveis – que a Covid-19 só ajudou a esquentar. Ambas as fintechs atuam no segmento. A reportagem, do colega Moacir Drska, foi publicada no site Neofeed.

O namoro entre Liber e Adianta foi rápido. As conversas tiveram início em meio à pandemia e o martelo foi batido há duas semanas. A aquisição acontece menos de um mês depois de a XP Inc. assumir o controle da Antecipa, outra empresa do segmento.

O valor e os termos da transação capitaneada Liber não foram revelados. Com o acordo, os sócios-fundadores da Adianta seguem na operação, assim como os fundos 42K e Chromo, investidores da fintech.

“Nós já tínhamos o plano de entrar no segmento da Adianta. Estamos ganhando pelo menos três anos com esse movimento”, diz Victor Stabile, fundador e CEO da Liber, ao NeoFeed. CEO da Adianta, Marco Camhaji acrescenta: “Os dois negócios estavam remando no mesmo mercado, por caminhos diferentes. E entendemos que fazia todo sentido juntar essas duas histórias, que são complementares.”

Fundada em 2017, em Ribeirão Preto (SP) e com investidores como e.Bricks Ventures e Spinet Bank, a Liber tem um modelo originado em companhias de maior porte. A fintech estrutura programas para que os fornecedores dessa empresa em questão possam acessar as linhas de antecipação de recebíveis. O financiamento é feito por bancos, fundos e investidores individuais.

Segundo Stabile, com o marketplace, a redução nas taxas, em comparação ao que é praticado no mercado, pode chegar a até 80%. Hoje, a startup tem programas para as cadeias de empresas como BRF e St. Marche. E já movimentou, em 2020, mais de R$ 3 bilhões, um crescimento de 1.000% sobre 2019.

Em seu modelo, a Liber Capital recebe uma comissão a cada transação que intermedia.  O percentual varia conforme a complexidade e o volume, mas, em média, a fintech fica com cerca de 15% do spread da operação.

Já a Adianta, que está no mercado desde 2016, parte de uma oferta centrada em pequenas e médias empresas, financiadas por Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Com uma análise que pondera os riscos e o histórico tanto dos cedentes como dos sacados dessas companhias, a startup aprova e libera o crédito em minutos. E já transacionou cerca de R$ 200 milhões nesse ano.

Ao unir essas duas pontas, a Liber enxerga uma boa trilha para ampliar seu bolo a partir das vendas cruzadas. “Hoje, nós conseguimos antecipar, em média, menos de 20% do que os fornecedores que atendemos têm de contas a receber”, afirma Stabile.

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