PERFIL: João Kepler, o Anjo Investidor que 'é pop, é tech, é tudo'!

João Kepler é pop, é tech, é tudo – como diz aquela conhecida campanha de marketing que, adaptada, virou ‘meme’ nas redes socias. Um dos mais conhecidos investidores anjos do país é hiperativo, hiperconectado, e campeão em inteligência emocional – também conhecida como QE. Tudo isso junto e misturado explica seu sucesso no mundo dos investimentos em startups.

Seu elevado QE aparece desde a escolha do nome da sua venture capital – “Bossa Nova é como carnaval, Pelé, futebol: sinônimo de Brasil em qualquer lugar do mundo” – até sua disponibilidade genuína em responder, atender e ajudar. Ele tem um site com seu nome, é ativo em todas as redes sociais, tem milhares de seguidores, é palestrante, escreveu cinco livros (entre eles o best seller Smart Money, de 2018), é colunista de sites e do jornal Gazeta do Povo (do Paraná), protagonista do programa O Anjo Investidor (no Youtube da Jovem Pan e na RedeTV!), e ainda tem o aplicativo para smartphone JK Responde. Ufa! É incansável que chama né?

“O ecossistema precisa de ajuda. Eu compartilho experiências ruins e boas, estou sempre disponível. Venho fazendo o bem para a comunidade há anos”, diz Kepler, para explicar sua popularidade (ele acaba de levar o prêmio de melhor investidor anjo do ‘Oscar’ do setor, o Startups Awards. E foi a quarta vez). “Recebi muitos ‘nãos’, aprendi com meus erros e passei a ensinar. Quando conto minhas experiências, flui naturalmente, não preciso decorar nem ensaiar. Para mim, autenticidade, verdade, originalidade é o segredo do sucesso”.

A tese escolhida pela Bossa Nova Investimentos para crescer também faz parte da explicação – mais uma prova do alto QE de Kepler. “Somos uma micro venture capital, investimos em empresas na fase pre-seed, quando estão bem no começo da jornada mesmo, com um ano ou pouco mais; com isso, ajudamos mais gente: em vez de dar R$ 1 milhão para uma startup, dividimos entre dez”. Em quatro anos a Bossa Nova já investiu em mais de 700 startups, entre elas algumas fintechs. Dessas 700, a Bossa Nova saiu de 17 e teve prejuízos com 42. 

“Pegamos os empreendedores pela mão, desde o começo. Isso cria um senso de pertencimento. Eles são muito felizes com a Bossa Nova.  Aportamos mais do que dinheiro, também inteligência, network e experiência”, diz.

Kepler vem investindo como anjo desde 2009.  Ele se interessou em aprender mais sobre o mundo dos investidores em startups depois de ver um projeto seu – empresa para venda de ingressos online – ser descartado por três investidores diferentes. “A culpa não foi deles, eu que não sabia como apresentar minha ideia”. Por isso, dedicou-se a estudar e aprender.  “Agora, ensino os outros”.

A Bossa Nova Investimentos nasceu em 2015 quando Kepler e seu sócio Pierre Schurmann decidiram juntar seus recursos e experiências; em 2017, o banco BMG virou sócio, e desde então a Bossa Nova se profissionalizou verdadeiramente. “Foi uma parceria perfeita”, acredita.