Fundos de funding para fintechs de crédito atingem R$ 12 bilhões

A BizCapital, fintech de crédito para micro e pequenos empresários sem garantias para oferecer, vai lançar um índice para acompanhar os FIDCs de fintechs. FIDCs são fundos de crédito que oferecem funding para as operações: há mais de R$ 250 bilhões investidos em FIDCs de diversos perfis, sendo R$ 12 bilhões deles específicos para fintechs. Os dados são da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A própria Biz tem o seu FIDC, no valor de R$ 100 milhões, que já proporcionou a oferta de mais de quatro mil empréstimos para seus clientes. A fintech foi uma das escolhidas no programa de crédito para apoio aos microempreendedores lançado em agosto pelo BNDES. O fundo contempla a BizCapital e a FinPass, e é gerido pela Empírica e Gauss. “Estamos trabalhando para lançar o fundo no ano que vem, acredito que no primeiro trimestre já estará de pé”, disse Marcelo Prado, head de funding da BizCapital.”É um fundo muito diversificado, com vários investidores; faremos nova rodada de captação e 2021”, afirma.

A Biz Capital acaba de lançar sua conta digital: “Como trabalhamos com clientes negativados, sem garantia e sem histórico de crédito, precisamos conhecê-los bem, e a conta é um canal para criar esse relacionamento”, revela Prado. “Crédito sem garantia é muito cruel, a taxa de aceitação é baixa e os juros são altos”, admite. “Queremos aumentar a aceitação”.

“Crédito fumaça”

Recentemente, também, a Biz lançou o crédito “fumaça”, que utiliza como garantia os recebíveis futuros do cartão de crédito. A análise leva em conta o quanto a empresa transacionou em máquinas de cartão nos últimos meses para criar uma previsão de quanto a empresa vai vender nos próximos meses. Com base nessa previsão, a BizCapital faz uma oferta de crédito para o empreendedor compatível com o seu fluxo de recebimentos.

A fintech começou a operar em 2017 com funding captado via debêntures; o primeiro FIDC foi lançado em janeiro de 2019.

“Em 2017 emprestamos R$  7 milhões, em 2018, R$ 45 milhões e nesse ano mais de R$ 200 milhões, com recursos próprios ou de parceiros”, diz Prado. “Aprendemos como atender o pequeno varejo – a loja de esquina, bar ou restaurante – e fomos aumentando nossas competências. Hoje já fazemos empréstimos com garantia, financiamento de máquinas e equipamentos, além do empréstimo com garantia de recebíveis de cartão. A oferta aumentou, mas o público é sempre o mesmo”.