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OPINIÃO|Espelho, espelho meu: livros e exemplos para inspirar no Dia da Mulher

Na semana que terminou, às vésperas do Dia Internacional da Mulher, muitas empresas, consultores, investidores e empreendedores acionaram seus recursos e equipes de comunicação e marketing para divulgar pesquisas, iniciativas de apoio, progressos, crenças e novidades sobre o tema da inserção da mulher nos negócios, seja em empregos formais ou empreendimentos, pequenos ou grandes. Está por toda parte. Minha caixa postal não foi poupada: recebeu dezenas de sugestões – e olha que o portal é especializado no nicho do nicho…

Não programamos uma cobertura especial pois fizemos uma bem completa em 19/11, Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino. Falamos com duas dezenas de batalhadoras – que na pandemia, mais do que nunca, se desdobraram entre os papeis de empreendedora, mãe, mentora, executiva, avó, amiga, companheira, investidora, faxineira, cozinheira, filha, aluna, babá, professora e tantos outros.

De cima para baixo, da esquerda para a direita: Larissa (PagAgro), Michelle (Ebanx), Ariane (Boletão), Rafaela (Wishe); Monica (Grão), Stéphanie (DinDin), Luciana (Medicinae), Bia (Visa), Marcella (We Ventures); Nani (Cash.in), Carol (gal,/LaPag), Maria Rita (MIA), Dani (Aladas) e Ana (RME)

Fintechs Brasil não busca, obviamente, debater complexas questões socio-econômicas que envolvem desigualdade de gênero de forma ampla e irrestrita. Mas também não quis passar à margem. Então, escolhemos duas das sugestões recebidas para postar aqui, que podem inspirar mulheres empreendedoras.

Criei três listas.

A primeira traz nomes femininos que vem atuando nos bastidores de um dos grandes desafios do ano no mercado financeiro brasileiro, a implantação do Open Banking – os nomes indicados pela VCRP Brasil são de mulheres que atuam em clientes que a agência atende.

A segunda lista traz sugestões de livros feitas por algumas mulheres que atuam no mercado – a lista foi enviada pela Magnitude Comunicação, e também são dicas de mulheres que atuam em clientes da agência.

Eu também incluí na lista um dos meus filmes inspiradores preferidos, The Post, que mostra como uma mulher resistiu às pressões depois que seu marido se suicidou e ela teve que ficar à frente do jornal americano The Washington Post.

E a terceira é uma lista das mulheres que o portal já entrevistou e/ou citou – são 59, pouco mais de 13% dos 445 posts publicados desde julho.

Elas e o Open Banking

Ingrid Barth – COO do Linker, representante da ABFintechs no conselho deliberativo: tem 16 anos de experiência no mercado financeiro, com passagens pelo Santander, JPMorgan e Neon como Head de SMB Strategy. Atualmente, é vice-presidente da ABStartups, ex-diretora executiva da ABFintechs,  e membro do Comitê Nacional de Iniciativas de Apoio a Startups.

Ana Paula Lapa – vice-presidente de Produtos e Inovação da Mastercard Brasil: está no cargo desde 2018. Antes, passou por outros bancos e também pelos setores de telecomunicações e bebidas. Trabalhou no Santander no Brasil e na Espanha, tendo desempenhado funções de Produtos, Gestão de Portifólio, Marketing, Analytics e Comercial. No Banco HSBC foi responsável pelo negócio de Meios de Pagamentos. Começou sua carreira na área financeira da então Brahma, como parte do grupo de trainees da companhia.

Auziane Moraes – head de produtos na DOCK: engenheira da computação pela Universidade Federal do Pará, tem 25 anos e começou sua carreira com ênfase em análise de dados. Atuou no mercado em market intelligence e business development, sendo responsável pelas frentes de pesquisa de mercado, BI e insights. Na sequência, começou a aprofundar o conhecimento na área de produtos tecnológicos, quando ingressou no time de BI e produtos na Dock, fintech de tecnologia para serviços financeiros, onde participou ativamente da construção de uma tecnologia de Banking as a Service no País. Participa do Grupo de Trabalho Interfaces, para definição de padrões tecnológicos das interfaces, incluindo desenho, protocolo para transmissão de dados e formato para troca de dados.

Ana Paula Marcelino – gerente de relacionamento da B3: formada em Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie, com pós graduação em finanças pelo Insper, possui Certificação CFP®, como planejadora financeira. Atualmente lidera a área de relacionamento com Fintechs e Agtechs na B3. Construiu sua carreira no mercado financeiro, tendo atuado em instituições como HSBC e Itaú. Grupo de Trabalho do qual faz parte: GT Open Banking

Paola Munaro Augusto, CFO da goLiza: formada em administração pela FGV, iniciou sua carreira na Fisher Investimentos, boutique de produtos estruturados, participando ativamente de operações de CRI e M&A em diversos setores como saúde, cosméticos e alimentício. Em 2017, houve uma mudança de estratégia e modelo de negócios tornando-se Fisher Venture Builder, que é sócia da Liza atualmente. Assessorou algumas startups aceleradas pela Wayra, e participou no desenvolvimento de fintech de crédito e cadastro PJ – goLiza, na qual focou 100% após a abertura da empresa. A goLiza é uma plataforma de cadastro B2B que visa centralizar todos os documentos e informações das empresas para otimizar o gerenciamento dos dados e facilitar o fechamento de negócios.

Lais Pupo – Legal & Regulatory na Hash: advogada com atuação em demandas relacionadas às questões institucionais e regulatórias, com enfoque em temas relacionados ao mercado de meios de pagamento. A Hash é uma plataforma de meios de pagamento que possibilita a empresas prestarem serviços financeiros para comércios.

As citadas

Alessandra Lima de CastroOmie
Ana FontesRME
Ana Paula LapaMastercard
Ana Paula MarcelinoB3
Ana Paula PisanechiUffa
Ariane PelicioliBoletão
Auziane MoraesDock
Beatriz MontianiVisa
Camila SuaveEasyinvest
Carolina Mendes da Costagal,/LaPag
Carolina Rocha Limaadvogada, articulista
Circe FerrarioJeitto
Cristina JunqueiraNubank
Daniela GraicarAladas
Eduarda EspíndolaFhinck
Fabiany LimaDilimatch
Fernanda TorresBeautyfull Brasil
Flavia Barros BS2
Flavia DeutscheTheia
Ingrid BarthLinker
Julia de LucaItau BBA
Julia LazaroMitfokus
Kay GrahamThe Washington Post
Kelly BaptistaGrupo Movile
Lais LupoHash
Larissa PomerantzeffPagAgro
Lia CarlosMéliuz
Licia SouzaWe Impact
Livia BrandoWayra Brasil
Luciana LessaMedicinae
Marcella CervaWeVentures
Maria Rita SpinaMIA
Maria Teresa Fornea Caron Bcredi
Mariana LazaroSUmUp
Marilia Amêndolawill bank
Maryelen Denardi BS2
Michelle de CerjatEbanx
Monica SaccarelliGrão
Nani GordonCash.in
Nathália GuerraICTS Protivit
Nathalya CarvalhoMovile
Paola Munaro AugustogoLiza
Patricia SoaresPrestho
Patricia SouzaEmpregueAfro
Paula MoraisIntera
Priscilla PazBS2
Rafaela BasettiWishe
Renata LoboFitBAnk (conselheira)
Renata Petrovicinovabra habitat
Renata SigiliãoZoop
Renata ZanutoCubo
Rosangela CarmoniniICTS Protivit
Sarah HirotaFhinck
Sheila BorgesSotran Logística
Silvia MottaMovile
Stéphanie FleuryDinDin
Vanesa MeyerVISA
Yazmin TrejosOpenbank.ai
Yolanda MendesIntuit Quickbooks

Cinco livros e um filme

A primeira indicação vem de Sarah Hirota, líder de Pessoas e Cultura da Fhinck, startup de alta tecnologia que ajuda grandes empresas a terem maior desempenho operacional, eficiência, produtividade e qualidade de vida, que indica o livro “O lado difícil das situações difíceis”, de Horowitz Bem. Chega até a ser um “clichê”, mas a publicação traz muitos pontos importantes da jornada empreendedora. Ler sobre histórias e situações vividas por empreendedores ajuda a estar atentos aos desafios e dilemas que surgem no dia a dia dessa jornada.

Eduarda Espíndola, a “Duda”, líder de Data Science da Fhinck, sugere o clássico “2001: uma odisséia no espaço”, de Arthur C. Clarke, que narra a descoberta de um enigmático monolito soterrado na Lua. A trama gira em torno desse grande mistério, quando a Terra envia para o espaço uma nave tripulada por uma equipe altamente treinada, assistida por um computador autoconsciente. Esse livro é inspirador e mostra que, do passado distante ao ano de 2001, da África a Júpiter, dos homens-macacos à inteligência artificial, fica sempre a visão de um futuro.

Flavia Deutsch Gotfryd, cofundadora e CEO da healthtech Theia – o primeiro sistema de saúde que combina atendimento virtual e presencial centrado na mulher, indica “The Innovator’s Dilemma”, do autor Clayton Christensen. Considerado pelo The Economist um dos seis livros de negócios mais importantes dos últimos 50 anos, foi publicado originalmente pela Harvard Business Review, em 1997, e reeditado em 2001. Esse clássico best-seller aborda como grandes empresas que não acompanharam o desenvolvimento do mercado, foram levadas ao fracasso. Super indicado para empreendedores e líderes que sentem que falta “algo mais” na carreira e na jornada empreendedora que, por vezes, é muito solitária.

Paula Morais, fundadora e CEO da Intera, hrtech de recrutamento digital, sugere o livre “Lean Startup”, de Eric Ries, que ajuda a clarear as ideias e a vender o modelo de negócio. O autor ressignificou o conceito de marketing, gestão e tecnologia criando um método mais universal e integrado, que pode ser aplicado a qualquer empresa como uma forma de mensurar e melhorar resultados de performance. O autor explica conceitos como MVP, pivot e métodos ágeis de interação com clientes. Indico a leitura, é muito interessante.

Por fim, Sheila Borges, gerente de RH da Sotran Logística, logtech líder do setor de transporte rodoviário de cargas para o agronegócio, recomenda “Mindset – a nova Psicologia do Sucesso”, de Carol S. Dweck. O livro retrata claramente como o mindset da história de uma pessoa, e os pensamentos que ela nutre na mente, são importantíssimos para chegar ao sucesso. É necessário “abrir a caixa” e pensar diferente do habitual para obter um outro resultado, porém, isso pode até parecer fácil no discurso, mas colocar isso em prática é um exercício de muita disciplina e quebra de paradigmas e crenças.

Uma escolha pessoal

The Post, disponível na Netflix, é a minha indicação, e foi baseado em fatos reais: trata da guerra por trás da publicação, nos anos de 1970, dos Pentagon Papers, documentos secretos sobre o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã que depois acabaram dando origem a outra investigação, por jornalistas do mesmo jornal, que provocou a queda do presidente Richard Nixon. Interpretada por Meryl Streep, Kay Graham passou de dona de casa da alta sociedade, a empresária precisou de muita coragem para se reinventar. Acabou ficando no comando do The Washington Post por 20 anos, de 1963 a 1991. Ela morreu com 84 anos em 2001.