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CDC 'eletrônico' da Sim chega ao mercado em agosto; PJ também está no foco da fintech

Denise Ramiro

O executivo Francisco Muñoz, CEO da Sim, fintech de crédito pessoal do banco Santander, sai de férias hoje deixando no forno um produto que é a sua aposta para o crescimento daqui pra frente. Em agosto, a fintech estreia no mercado o seu CDC (crédito direto ao consumidor), com a integração de seu sistema a players importantes do mercado. “O e-commerce é para onde estamos olhando e aonde a gente vai crescer”, disse em conversa hoje cedo com o portal Fintechs Brasil.

Na volta das férias, Munhoz já tem mais um projeto em cima da mesa, o de entrar no segmento de pessoas jurídicas. “Não perguntamos para nossos clientes o que eles fazem com o crédito que tomam, mas sabemos que muitos são para para a abertura de pequenos negócios”, afirma o executivo, que é espanhol e está no país há seis anos.

O CDC da SIM permitirá ao consumidor financiar suas compras em parcelas sem juros na própria plataforma de redes varejistas de diversos segmentos. Essa integração entre vendedor e financiador para pagamentos facilita a compra para o consumidor e a venda para o comerciante, já que não tem quebras da página da loja para o portal da Sim (ela será uma opção direta na “forma de pagamento” da plataforma do comerciante).

Munõz explicou que o CDC da Sim é mais uma opção ao cartão de crédito. “A entrada do Open Banking vai acelerar a oferta de crédito a pessoas sem histórico de tomador e o custo da operação cairá de acordo com o perfil do pagador”, diz Muñoz.

A Sim iniciou as operações em 2019 com dois produtos, o crédito com ou sem garantia de veículos para clientes das classes C e D. Em dezembro, lançou o seguro prestamista — que protege as prestações do empréstimo pessoal caso a pessoa, por exemplo, perca o emprego –, que já foi contratado em 37% das operações de crédito da fintech.

Atualmente, a Sim conta com 4,5 milhões de clientes e R$ 1,3 bilhão de valor em carteira e já é dona de 0,6% do market share do segmento de empréstimo pessoal, diz o CEO. Para Muñoz, o ano de 2021, depois da explosão da demanda no e-commerce no ano passado, está servindo para as fintechs estruturarem melhor as suas operações.

O executivo que está à frente da Sim desde março deste ano, fez carreira no Santander da Espanha, com passagens pela área de riscos e regulamentação e de consumer finance, tendo liderado os projetos de expansão internacional na América do Sul. Além de CEO da Sim, é CEO da emDia, fintech do Santander para renegociação de dívidas.