Opinião

O boom da economia de recorrência em um mercado em transformação - Fernando Pantaleão

Fernando Pantaleão*

Os serviços de assinatura nunca estiveram tão em alta. O modelo de negócio que era mais comum em setores de bebidas e entretenimento teve um crescimento expressivo nos últimos meses e se multiplicou para outras categorias, como delivery, supermercado, transporte e educação. Uma transformação na oferta de produtos e serviços que acompanha os novos hábitos de consumo dos brasileiros, cujas vidas foram fortemente impactadas em razão do isolamento social.

Desde o início da pandemia, moradores de países da América Latina contrataram pelo menos 3 novos serviços de assinatura. Entre os mais citados estão streaming de vídeo, música, videogames, serviços premium de delivery e jornais. Essa é uma das constatações de uma pesquisa realizada pela Visa em maio deste ano. Sem dúvida, a economia de recorrência veio para ficar, trazendo grandes oportunidades para as empresas que souberem olhar de perto as novas demandas do consumidor.

São novas formas de se envolver, relacionar-se com as empresas e satisfazer suas necessidades e expectativas. Uma mudança que está associada ao crescimento da penetração digital e o amadurecimento dos ecossistemas de tecnologia, que permitem uma jornada cada vez mais ágil, conveniente e segura. Quando questionados sobre os motivos por terem escolhido esse tipo de serviço, os entrevistados do estudo apontaram como fatores principais a conveniência, a redução dos custos e a personalização.

Imagine a seguinte jornada: você pode acordar com um cafezinho selecionado que chega na porta da sua casa, depois se exercitar usando um app, receber os ingredientes numa caixa para preparar o almoço, aproveitar a tarde para estudar numa plataforma de educação à distância e, no fim do dia, relaxar com sua série preferida – o mesmo estudo mostra que 39% dos consumidores já passam de 3 a 4 horas por dia assistindo a serviços de streaming. É uma rotina mais cômoda, prática e segura!

Por outro lado, os negócios precisam estar preparados para oferecer a melhor experiência ao usuário. E, sem entender as mudanças que estão em curso, fica praticamente impossível fazer as adequações necessárias. Torna-se fundamental ter um aparato tecnológico capaz de atender aos anseios da população: possibilitar transações de e-commerce seguras e confiáveis, confirmar a identidade do portador de forma ágil e sem fricção, otimizar as autorizações e minimizar os níveis de fraude.

Com isso, a empresa que adota o modelo de venda recorrente pode ter uma série de vantagens para o seu negócio:

• Fidelização da base de clientes.
• Controle maior da receita, já que temos previsão do que vai entrar.
• Planejamento e fluxo de caixa facilitado.
• Redução dos riscos de inadimplência se pensarmos no uso do cartão de crédito para aquisição do serviço.
• Maior controle de custos.
• Relacionamento mais próximo e duradouro com os clientes.

Com mais gente povoando o universo digital, aspecto que foi acelerado pela pandemia, a tecnologia passa a ter um papel fundamental na vida das pessoas e das empresas. E a conveniência e a segurança, que já eram atributos importantes, se tornaram valores inegociáveis atualmente.

Por isso, os negócios que investirem em múltiplos canais on-line e presenciais de atendimento, funcionando de forma integrada, em ferramentas robustas e automatizadas de combate a fraudes e autenticação digital, apostando em meios de pagamento que facilitem o dia a dia do consumidor despontam num mercado cada vez mais competitivo. É a chave para a aquisição e retenção de seus clientes, mantendo-os sempre satisfeitos.

A nova era digital está moldando o estilo de vida dos consumidores e a economia de recorrência aparece como um caminho promissor. É um mercado que tem muito ainda a crescer e agregar, tanto para o consumidor quanto para as empresas.

*Vice-presidente de Vendas e Soluções da Visa do Brasil

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