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CVM aprova BEE4, projeto de balcão organizado para negociação de papéis emitidos por startups

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou a BEE4 no seu sandbox regulatório. A BEE4 é uma proposta de balcão organizado para negociação de títulos emitidos por empresas emergentes. O projeto é da beegin, uma empresa do Grupo Solum, em parceria com a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP) e com a Finchain.

A autorização estabelece que a BEE4 pode entrar em operação a partir do início de março de 2022, com a implantação total da infraestrutura planejada até março de 2023.

A BEE4 foi idealizada com o objetivo de trazer empresas com faturamento anual entre R$10 milhões e R$300 milhões, dispostas a oferecer maior exposição ao mercado em relação ao seu negócio, estrutura de governança e informações, e também possibilitar que investidores tenham oportunidade de diversificação de suas aplicações em um ambiente de negociação transparente e seguro.

“O financiamento de empresas emergentes via mercado de capitais é fundamental para a consolidação e expansão de novos negócios no país. Existem iniciativas de sucesso nesta direção pelo mundo, e no Brasil isso vem sendo tentado há alguns anos. A BEE4 nasce com foco nestas empresas e agrega a experiência dos sócios do grupo Solum em conectar empresas e investidores”, acredita Patrícia Stille, sócia cofundadora do Grupo Solum e head da BEE4.

“A CIP acredita que o projeto pode contribuir para o desenvolvimento do mercado de capitais e para o financiamento de empresas emergentes. A aprovação marca nossa entrada como provedor de infraestrutura para outros segmentos de mercado, aportando conhecimento e capacidade técnica para garantir robustez na liquidação das negociações”, destaca Joaquim Kavakama, superintendente da CIP.

Sandbox regulatório

O sandbox regulatório da CVM é um ambiente experimental em que os participantes admitidos recebem autorizações temporárias e condicionadas para desenvolver inovações em atividades regulamentadas no mercado de capitais, e têm sua trajetória monitorada e orientada pelo órgão. Das 33 propostas apresentadas ao Comitê de Sandbox, apenas três foram aprovadas ao final do processo.

Os ativos emitidos pelas empresas serão representados por tokens e negociados em uma plataforma da BEE4. Várias atividades serão baseadas na tecnologia blockchain. A Finchain, liderada por Marcelo Miranda, será a provedora desta tecnologia.

“A utilização da distributed leger technology tem crescido ao redor do mundo, inclusive nas instituições centrais provedoras de infraestrutura para o mercado. Temos acompanhado este movimento de perto e vamos trazer para a BEE4 o estado da arte em termos tecnológicos. Já existe um grau relevante de aprendizado em relação à melhor utilização deste tipo de tecnologia que será aproveitado no nosso projeto”, esclarece Marcelo Miranda, fundador da Finchain. 

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