Empreendedoras

Fundadoras de startups usam capacidade de ouvir, ousadia, resiliência e confiabilidade para tocar seus negócios

Denise Ramiro

Como na edição do ano passado, lançamos neste ano três perguntas para duas empreendedoras: Quanto tempo o trabalho ocupa do seu dia a dia, está feliz com a sua carga horária? Como empreendedora, qual o seu diferencial em relação aos empreendedores homens? As empreendedoras estão adotando o modelo masculino e virando workaholics nos negócios ou em busca de um jeito diferente de lidar com trabalho?

Leia a seguir seus depoimentos:

Sara Passos, CEO e sócia da Cubos: “O futuro é feminino”

Sendo empreendedora o trabalho acaba ocupando uma parcela significativa da minha energia, mesmo quando não estou diretamente executando alguma atividade. Fico pensando, elaborando, conectando com pessoas. Além disso, a agenda acaba sendo dinâmica e peculiar para cada período, dependendo da necessidade do negócio. Porém, eu me policio para seguir uma média de 8h/dia, tentar equilibrar com outras rotinas que arejam minha mente e me permitem tomar decisões de modo mais eficiente. Acredito que melhores resultados não estão relacionados a mais tempo gasto na atividade, mas sim a minha capacidade de realizar de uma forma mais inteligente.

Considero que sou cautelosa, cuidadosa e atenta a detalhes, orientada a pessoas, com uma escuta ativa, e muito resiliente e resistente. Uma característica que percebo muito nas empreendedoras mulheres é uma garra descomunal e uma humildade diante do processo de erro e aprendizado, que leva a uma preparação mais intensa aos desafios.

Gosto da frase: o futuro é feminino. Precisamos, como sociedade, caminhar para o equilíbrio de uma gestão mais colaborativa, qualidade de vida e muito compromisso e responsabilidade ao empreender. Isso dependerá de homens e mulheres. Nem todas as mulheres empreendem da mesma forma, assim como os homens. Mas definitivamente o mundo corporativo precisa passar por essa reinvenção de como fazer negócios e as mulheres são fundamentais em liderar esse processo.

Maria Cristina Minusso Kopacek, CEO e founder da fintech Idez: “Cautela e ousadia”


Hoje o tempo que dedico a minha empresa é bem relevante, em torno de 80% do meu dia. Entendo que às vezes acaba sendo bastante, mas me sinto feliz e entendo que é necessário pelo momento da empresa. Na minha opinião, esse fato independe do gênero, acho que hoje é uma tendência geral trabalhar muito.

Em relação a maioria dos homens, acho que como mulher consigo ser muito mais articulada, usando de cautela ou mais ousadia de acordo com a situação. Percebo também que as pessoas costumam confiar em mim bastante desde o início.

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