Fintechs

Operações com crédito consignado crescem 75 vezes em 2021, diz levantamento da SCD QI Tech

 

Levantamento da QI Tech, empresa de tecnologia com licença bancária de Sociedade de Crédito Direto, revela que as solicitações de créditos consignados – ou seja, empréstimo com pagamento indireto, cujas parcelas são deduzidas diretamente da folha de pagamento ou benefício da pessoa física – cresceram 75 vezes em 2021, em comparação com o ano anterior.

“O surgimento de novas modalidades de empréstimo têm movimentado o mercado e favorecido as fintechs, que até pouco tempo atrás não tinham muitas opções de operações à sua disposição. À medida que essas empresas foram conquistando espaço, o mercado foi se moldando às suas necessidades. Não à toa, o número de startups financeiras mais do que dobrou de 2015 a 2021, saindo de 474 empresas para cerca de 1,2 mil no ano passado, de acordo com dados divulgados pelo ecossistema Distrito”, diz Marcelo Bentivoglio, sócio responsável pela estratégia da QI Tech.

E essa não foi a única modalidade que chamou a atenção na pesquisa. As operações com crédito sem garantia aumentaram 3,2 vezes no último ano e o FGTS, produto que não existia em 2020, atingiu R$ 200 milhões movimentados em menos de um ano.

“Após autorização do governo, nossa primeira medida foi fazer uma antecipação do saque-aniversário, para sacar um pedaço do FGTS. Criamos um API para conectar qualquer empresa do mercado para oferecer o produto, homologamos com a Caixa Econômica Federal e atualmente somos uma das poucas empresas autorizadas a fazer consultas e operações como essas”, diz.

O levantamento também revelou que as operações de crédito com garantia em investimentos cresceram mais de 600% no último ano. Nessa modalidade de empréstimo, um ativo financeiro é dado em garantia pelo devedor, de forma que o bloqueio dos investimentos seja feito automaticamente no momento da contratação – sem que afete seu rendimento – e resgate-o após a quitação do empréstimo ou parcialmente, de acordo com o pagamento das parcelas.

Para Bentivoglio, esse aumento reflete a segurança e conveniência que o empréstimo com garantia em investimento representa para as empresas, visto que reduz a taxa de juros e o risco da operação de forma significativa. “Se uma pessoa tem apólice de seguro, uma poupança, ou qualquer ativo, pode servir como garantia na operação. Com isso, quem está oferecendo o crédito tem mais segurança, e quem está tomando também consegue ter mais tranquilidade sem abrir mão dos seus investimentos”, finaliza o executivo.