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Payoneer, de meios de pagamento para o e-commerce, reforça o time das fintechs israelenses no Brasil

DARIO PALHARES

O Brasil segue a atrair fintechs israelenses, que já somam mais de 90 no mercado local. Depois de assistir ao desembarque da PayKey, MoneyNetint e Personetics, a temporada de 2021 registrou, em suas derradeiras semanas, a chegada da Payoneer, que acaba de inaugurar um escritório em São Paulo e formar uma equipe composta por cinco profissionais. Com seu quartel-general na América Latina instalado desde 2019 em Buenos Aires, a plataforma digital de cobranças e pagamentos se prepara para expandir as suas operações físicas na região.

“Pretendíamos nos instalar no Brasil em 2020, mas a pandemia da Covid-19 provocou o adiamento do projeto”, comenta Mar Fernández, country manager e líder de estratégia para a América Latina. “Para este ano, está prevista a abertura de um escritório na Colômbia. Depois disso, a meta é contar com equipes e instalações próprias no Chile, Peru e México.”

Fundada há 17 anos pelo engenheiro mecânico Yuval Tal em Petah Tikva, na região metropolitana de Tel Aviv, a Payoneer já surgiu com aspirações globais. A empresa, que opera em mais de 190 países, por intermédio de 21 escritórios, voltou-se de início, com uma proposta bem segmentada e original, para o atendimento de free lancers (desenvolvedores de softwares, profissionais de marketing digital, tradutores, advogados etc.) e pequenos negócios de viés tecnológico de três grandes mercados emergentes: América Latina, Sudeste Asiático e Leste Europeu.

Em 2007, a startup resolveu surfar na onda do comércio eletrônico, que crescia de forma exponencial. Passou, então, a se integrar, em escala crescente, a grandes plataformas de e-commerce, casos de Amazon, eBay e Shopee, e de oferta de serviços de profissionais autônomos, como Croos Over, fiverr. e People per Hour. “Foi um passo natural, já que a maioria dos freelancers que recorrem aos nossos serviços já utilizavam esses market places”, diz Mar.

Hoje com cerca de 14 milhões de usuários, a Payoneer vem agregando, regularmente, opções em seu cardápio de serviços, que segue centrado em transferências internacionais – as quais, inclusive, podem ser gratuitas, se realizadas entre usuários cadastrados. A lista inclui contas e compensações de fundos em diferentes moedas; retiradas em espécie em agências bancárias e caixas eletrônicos; compras em lojas físicas e virtuais, por meio de um cartão Mastercard; e aplicações em fundos de investimentos convencionais e criptoativos. “Para o Brasil, planejamos agregar, nos próximos anos, mais três moedas às 12 já disponíveis para a abertura de contas”, assinala Mar. “Além disso, estamos desenvolvendo dois novos serviços de pagamentos.”

Listada desde junho último na Nasdaq, a bolsa de valores eletrônica de Nova York, a empresa captou U$ 145 milhões em seu IPO de investidores de porte, casos de Viola Ventures, TCV e Temasek. No acumulado dos três primeiros trimestres de 2021, suas receitas apresentaram crescimento de 33,20%, para US$ 334,2 milhões. Além desses números, a startup comemorou no exercício passado a sua escolha como principal provedora de meios de pagamento pelo eBay, em substituição ao Paypal, cuja relação com a plataforma de e-commerce vinha azedando desde 2018 e foi interrompida em julho de 2020. Foi a troca de um Golias por um Davi, já que o valor de mercado da Paypal, de US$ 186,3 bilhões, supera o da fintech israelense em 117%.

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