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Startups brasileiras receberam US$ 2,3 bilhões em investimentos em 238 rodadas até abril; fintechs lideram

As startups brasileiras captaram US$ 2,3 bilhões em 238 rodadas até abril – ligeira queda em relação aos quatro primeiros meses de 2021, quando as startups captaram US$ 2,4 bilhões em 273 rodadas. A liderança, mais uma vez, ficou com as fintechs.

Os números fazem parte da mais recente edição do Inside Venture Capital, estudo produzido pela plataforma de inovação Distrito, em parceria com o Bexs Banco, de soluções digitais de câmbio.  

Considerando todo o ano de 2022, as fintechs captaram US$ 1,2 bilhão. Em segundo lugar estão as retailtechs, com US$ 281,6 milhões em aportes. O terceiro lugar do pódio ficou com as HRtechs, que somaram US$ 219,2 milhões em investimentos e têm ganhado cada vez mais atenção no ecossistema de inovação oferecendo soluções tecnológicas para a área de recursos humanos. 

Para Gustavo Gierun, CEO do Distrito, apesar da desaceleração em 2022, os dados não são um indicativo de crise. “É um processo natural, dado o cenário econômico global. Mas não vejo como uma crise, já que os investidores e empreendedores brasileiros pensam no longo prazo e estão acostumados com os ciclos da economia”, diz. Ele também destaca que as principais gestoras que atuam no Brasil já haviam captado recursos em 2020 e 2021. 

Entre as principais captações de abril estão o investimento na startup de cibersegurança Unico, que recebeu US$ 100 milhões, e o aporte na retailtech Inventa, que recebeu uma rodada de US$ 55 milhões. 

Foram registradas ainda 22 fusões e aquisições envolvendo startups em abril. Considerando todo o ano, já são 89 transações de M&A – um crescimento de 14% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram fechados 78 negócios. As aquisições também são lideradas pelas fintechs, que correspondem a 19% do total, seguidas pelas edtechs (com 17%) e pelas healthtechs (11%). 

“O M&A é um modo de acelerar e transformar modelos de negócios, sendo uma estratégia cada vez mais comum entre grandes empresas. Isso porque as grandes corporações já entenderam que inovar não é uma iniciativa pontual, mas precisa ser um processo de busca constante. As startups carregam essa cultura e podem agregar em diversos segmentos”, conclui Gierun. 

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