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"Ex-fintech" Solfácil capta US$ 100 milhões em rodada liderada pela QED; aporte será usado para ampliar o negócio

Solfácil, ecossistema de soluções solares que nasceu como uma fintech e vem ampliando seu foco de atuação, anunciou uma nova rodada de captação Série C de US$ 100 milhões (R$ 500 milhões) para acelerar a ampliação do acesso à energia solar no Brasil. Liderado pela QED, com participação de SoftBank, VEF e Valor Capital Group, o aporte será usado para ampliar ainda mais a oferta da Solfácil, startup com soluções digitais para o integrador que incluem financiamento, marketplace e um IOT (Internet of Things) com tecnologia própria.

“Um sistema fotovoltaico no telhado de uma casa gera uma economia durante mais de 20 anos. As pessoas produzem sua própria energia limpa, e ficam menos vulneráveis aos constantes aumentos da conta de luz”, diz o CEO e fundador, Fabio Carrara. A empresa desenvolve soluções tecnológicas para que seus parceiros integradores ofereçam os sistemas de energia solar para residências, pequenas e médias empresas e produtores rurais. 

Carrara fundou e comandou a sua primeira empresa de instalação de energia solar de 2015 a 2017 e, em 2018 criou a Solfácil, a primeira fintech solar do Brasil. O objetivo era resolver a principal dor do mercado: o acesso ao financiamento de energia solar. “A Solfácil criou um sistema de empréstimo que permitiu trocar o custo mensal de eletricidade por investimento em sistema solar. Em vez de pagar pelo serviço pelo resto da vida, as pessoas podem quitar o investimento em cinco anos e aproveitar pelo menos os próximos 20 anos livres do monopólio elétrico”, explica Carrara. 

Segundo Carrara, desde 2018 a empresa tem registrado crescimento de oito vezes ao ano e hoje conta com mais de 8 mil integradores parceiros conectados à sua plataforma em todos os 27 estados do Brasil. Neste curto período, a Solfácil já financiou mais de R$ 1,2 bilhão em empréstimos solares, tornando-se o segundo maior emissor de títulos verdes no Brasil em 2021, e o quarto na América Latina.

“A startup cresce mais rapidamente do que os seus concorrentes e é uma das poucas fintechs a conseguir, em pouco tempo, ser tão relevante quanto os bancos tradicionais que também atuam no setor”, conta David Nangle, CEO da VEF. Segundo a consultoria Greener, a Solfácil é atualmente a terceira maior financiadora solar do país, atrás apenas do Banco Votorantim e Santander. Em 2021, a empresa ocupava a sétima posição. Tornar-se a primeira é sua meta até o final deste ano. 

De acordo com Alex Szapiro, Sócio do SoftBank na América Latina, “o uso de energia limpa será um dos fatores responsáveis para a construção de um mundo mais sustentável. A capacidade da Solfácil em fornecer financiamento, equipamentos e serviços integrados permite oferecer uma solução completa aos clientes em um mercado em expansão e por isso acreditamos e estamos investindo em seu ecossitema”. Alex completa que “com um modelo de negócio inovador, crescimento acelerado e alta escalabilidade, a Solfácil é a solução perfeita para o nosso portfólio na América Latina, e esperamos trabalhar juntos para atender às necessidades ambientais e sociais”.

Segundo Scott Sobel, Sócio Fundador do Grupo Valor Capital, “o Brasil tem potencial para ser um dos maiores mercados solares do mundo. A Solfácil está a liderando o caminho para ajudar a ativar este potencial, fornecendo financiamento a custos mais baixos e soluções tecnológicas para integradores, residencias e PMEs. Estamos orgulhosos de continuar a apoiar e investir na Solfácil para acelerar a geração de energia limpa, que trará um impacto positivo nas mudanças climáticas”.

IFC, o braço de investimento para o setor privado do Banco Mundial, maior instituição global de desenvolvimento, também está entre os investidores que já tinham apoiado a Solfácil.

De fintech a ecossistema solar

Em agosto de 2021, a empresa lançou a Loja Solfácil, seu próprio marketplace de equipamentos solares, que conecta seus integradores parceiros a diversas opções de distribuidores e marcas, oferecendo mais de cinco mil kits (painéis solares, inversores e racks).

“Estamos entusiasmados em liderar uma nova rodada de investimento na Solfácil, 10 meses depois da Série B. Em pouco tempo, a empresa se tornou um dos líderes do setor de financiamento solar no Brasil e acreditamos que essa posição deve se fortalecer cada vez mais. Deixou de ser apenas uma fintech, tornando-se uma plataforma de tecnologia com soluções para parceiros e consumidores que pode acelerar o crescimento de toda a cadeia”, celebra Mike Packer, Diretor do QED. 

O Brasil deve se tornar o maior mercado de geração distribuída, atrás apenas da China, superando os EUA, Alemanha e Austrália. O país, que abriga quase 60% da floresta Amazônica, já sente o impacto das mudanças climáticas, com a pior seca em quase um século, ameaçando a cadeia de fornecimento da energia elétrica e tornando a tarifa do país a segunda mais cara do mundo. “Hoje, a penetração é de apenas 1% em um país de insolação o ano todo, e custo de instalação bastante competitivo para sistemas solares”, completa Carrara. “O Brasil será, definitivamente, a maior referência mundial na descentralização da produção de energia elétrica, e a Solfácil quer ser a principal impulsionadora deste movimento”.

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