Mais uma pra conta: Warren demite dezenas, seis meses após “comprar” equipe de TI da finada sim;paul

Danylo Martins, do Finsiders, e Léa De Luca, do Fintechs Brasil

Seis meses após comprar toda a equipe de mais de 40 pessoas da área de tecnologia da sim;paul, plataforma de investimentos concorrente que foi desmantelada, a corretora e gestora gaúcha Warren acaba de demitir mais de 60 colaboradores hoje. A notícia sobre os cortes começou a circular na internet na tarde desta quarta-feira (17). 

Assim como aconteceu com outras fintechs – caso da Provi, conforme o Finsiders noticiou em 28 de julho último – funcionários desligados da Warren compartilharam hoje, em redes sociais, a lista dos nomes cortados

Procurada, a Warren citou uma “reestruturação” para que a empresa fique “ainda mais eficiente”, mas não confirmou o número de desligados, nem de quais áreas essas pessoas faziam parte [leia ao final da matéria a nota oficial na íntegra].

Na planilha que está circulando, estão desde desenvolvedores, engenheiros de software, e gerentes de produtos até a Chief Marketing Officer (CMO), Lilian Santos, que chegou à Warren no ano passado e, em junho, assumiu como chefe do marketing. 

Em fevereiro, quando encampou a equipe da sim;paul, a Warren disse que o objetivo era conquistar uma fatia maior do mercado de investimentos e se consolidar como uma referência em tecnologia. “Para nós, são as pessoas que fazem a diferença e promovem as mudanças”, disse na época André Gusmão, CTO da Warren. “A meta da Warren é alcançar R$ 40 bilhões sob gestão em 2022 e ficar entre as três maiores instituições de investimentos do Brasil.”

Pouco antes dessa aquisição, a Warren havia fechado acordo com a catarinense Box TI. Ambos os negócios foram do modelo conhecido internacionalmente como “acqui-hiring”, em que a compra de uma (ou toda) parte envolve manter a equipe. Da Box, a Warren herdou 30 funcionários.

Contexto

A demissão em massa anunciada hoje ocorre pouco mais de um mês depois que a fintech anunciou uma extensão da Série C, em um aporte liderado pelo Citi Ventures e acompanhado pelos atuais investidores QED Investors, Kaszek e GIC.

Em abril do ano passado, a empresa já havia levantado R$ 300 milhões. O valor do complemento da Série C não foi divulgado oficialmente pela fintech, mas a página de informações da Warren na plataforma de dados Crunchbase mostra o cheque mais recente de US$ 21 milhões, com o Citi Ventures.

Nos últimos meses, alguns executivos-chave deixaram a Warren. Entre eles, Fábio Safini Gama, que ocupava o posto de Chief Commercial Officer (CCO), e Leandro Piano, que nesta semana foi anunciado pela Belvo como novo VP de finanças, conforme antecipou o Finsiders.

O movimento engrossa a lista das startups que vem demitindo como forma de enfrentar a escassez de investimentos que se instalou e pode se manter por algum tempo.  

Nessa relação estão fintechs como Nomad, Ebanx, Quanto, Bitso e SumUp, que anunciaram desligamentos em massa nos últimos meses, atribuindo os cortes à deterioração do cenário macroeconômico com inflação e juros altos.

Até agora o caso mais extremo no universo das fintechs foi o da Hash, que estaria fechando as portas, conforme mostrou nesta semana a coluna Capital, d’O Globo.

A informação sobre as demissões na Warren foi publicada primeiro pelo portal Startups.

Leia a nota oficial da Warren:

“Após 6 M&As realizados, incorporando a totalidade dos colaboradores das empresas, existiam diversas funções dobradas. Por isso uma reestruturação foi realizada para que a empresa fique ainda mais eficiente e continue encantando os clientes, entregando a melhor experiência de investimentos em um modelo único de total alinhamento. Aos profissionais envolvidos neste processo, a Warren oferecerá um pacote de auxílios, que inclui consultoria de carreira e outros materiais de apoio.”

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